segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

1 – Casas-Museu de Coleccionadores

Moderadora: Dr.ª Maria de Jesus Monge


O grupo de trabalho, constituído por 11 participantes, começou por referir que este tipo de jornadas é útil para se produzir uma base de trabalho para o desenvolvimento do tema.
A categorização das Casas-Museu é essencial, no entanto, não se devem acrescentar mais categorias porque a sua criação vai baralhar em vez de ajudar na interpretação. E algumas categorias não se adequam às Casas-Museu existentes em Portugal.
Foi referido também que as Casas-Museu podiam estar ligadas entre si através de uma rede em vez de uma associação porque a criação de uma associação seria mais complicada devido à falta de recursos financeiros. Mas teria que ser criado algo com força, que possua vários tentáculos que cubram todo o território nacional (Norte, Centro, Sul). Cada região faria então um levantamento de todas as Casas-Museu existentes na respectiva região, independentemente das suas classificações, para assim se obter um registo completo e mais pormenorizado do que existe a nível nacional e, posteriormente, se proceder a categorizações mais adequadas à realidade portuguesa.
Durante a discussão surgiu a sugestão de se criar um blogue através do qual todos os profissionais se manteriam em contacto para o desenvolvimento dos trabalhos acima referidos, como por exemplo, a divulgação da lista final das Casas-Museu existentes em Portugal. O blogue também seria utilizado como um espaço para os interessados partilharem experiências e opiniões.
Os participantes presentes neste grupo de trabalho acharam importante estabelecer no 2º semestre deste ano uma segunda jornada. Nesta primeira jornada distribuir uma série de trabalhos, como por exemplo, o levantamento a nível nacional das Casas-Museu existentes e a segunda jornada servia para reunir e apresentar esses levantamentos, permitindo assim uma evolução dos trabalhos.
A partir daqui seria importante publicar numa revista no IMC artigos dedicados às Casas‑Museu, como por exemplo, seria boa ideia utilizar a revista Museologia.pt para divulgação desses temas. Podia-se propor ao IMC que a próxima edição dessa revista fosse sobre Casas-Museu.
Depois desta discussão sobre Casas-Museu em geral, o grupo de trabalho prosseguiu, com a orientação da moderadora Dr.ª Maria de Jesus Monge, para uma discussão, em particular, sobre Casas-Museu de Coleccionadores.
Todos os participantes neste grupo de trabalho concordaram que nas Casas-Museu de Coleccionadores existem alguns casos complicados, há até situações difíceis de resolver.
No entanto, as Casas-Museu têm um trunfo: vão ao encontro das pessoas. Não se olha apenas para as colecções, mas também existe a hipótese de se encontrar uma proximidade com a personalidade que viveu na casa ou com a personalidade que fez a colecção.
No passado, a intenção era transformar as Casas-Museu em Museus de Artes Decorativas. No entanto, o estudo dos interiores é uma área crítica em Portugal, estando em falta, principalmente a nível da colocação original das peças que pertenciam à casa.
As Casas-Museu têm como particularidade manter a vocação e a aparente funcionalidade dos espaços de habitação, expondo de acordo com este pressuposto o acervo existente, como por exemplo, as colecções de mobiliário, pintura, escultura e de outras peças de artes decorativas. Preservar as soluções originais é essencial, mas o que acontece é rearranjar a casa para haver espaço para o visitante, o que dificulta um pouco seguir o pressuposto acima referido.
É importante também valorizar o coleccionador porque traz outra alma às Casas-Museu. Essa valorização passa por se mostrar fotografias do coleccionador, mostrar os trajes e acessórios por ele outrora utilizados.
E os objectos de colecção não valem apenas por terem pertencido a alguém, mas também é importante saber o que representaram, que significado tiveram para essa pessoa.
Pretende-se também salientar e dar a conhecer as facetas do coleccionador. O espírito do coleccionador deve estar presente nas suas colecções porque ele projecta-se nas obras que adquiriu.
Cada Casa-Museu deve ter alguma coisa original, que a distinga das outras, seja nas colecções expostas, no interior da casa ou mesmo na arquitectura em si.
Para finalizar, os participantes concluíram o grupo de trabalho dizendo que se podia pedir à Rede Portuguesa de Museus para criar lista ou fazer levantamentos do que são Casas-Museu partindo do que já existe e propor que a revista Museologia.pt faça reflexões sobre estas temáticas. Posteriormente, devia-se fazer uma segunda jornada para apresentação dos levantamentos efectuados. Também é importante fazer marketing cultural a estas temáticas e existe uma lacuna a nível de bibliografia.

Conclusões:

- A categorização é importante, no entanto, não deve aumentar porque vai baralhar em vez de ajudar na interpretação;
- Verificar quais as categorias que se adaptam mais à nossa realidade;
- Dar um destino a esta jornada (proposta de próxima reunião em Outubro em Lisboa para fazer uma segunda jornada para apresentação de novos trabalhos);
- Fazer lista de instituições que utilizam o nome “Casas-Museu”;
- Propor ao IMC que a revista Museologia.pt no próximo ano seja sobre Casas-Museu;
- Manter o contacto e continuar a discutir estas questões através de um blogue e alargar o grupo de discussão às Casas-Museu que não estiveram presentes nesta jornada.

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